Contexto da série
Não é de hoje que existem adaptações de jogos para a TV e o cinema, contudo, quase sempre que uma nova adaptação é lançada, acaba sendo cercada de expectativas pelo público fiel dos jogos e, se não for como o esperado, não tem outra: é massacrada e cai no esquecimento.
A Riot sempre foi conhecida por desenvolver excelentes cinemáticas focadas nos eventos e campeões que estavam chegando em League of Legends e isso fazia com que a comunidade sempre pedisse por uma série animada. Agora, 12 anos depois do lançamento do jogo, Arcane finalmente chegou à Netflix.
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A animação será lançada no formato de arcos/atos e o primeiro, com os três episódios iniciais, foi lançado neste sábado (6). A expectativa de todo mundo estava nas alturas, mas a Riot e a Netflix conseguiram entregar um produto de altíssima qualidade que consegue agradar tanto o público de séries quanto ao público fiel do Lolzinho.
Análise
Jinx e Vi são campeãs bastante conhecidas por quem joga LoL e LoR, mas fora algumas insinuações aqui e acolá e algumas frases que as campeãs soltavam nos jogos, não tínhamos tanta informação sobre a relação das duas, só sabíamos que eram irmãs. Aliás, sequer sabíamos que Jinx na verdade se chama Powder. E é aí que Arcane começa a brilhar, pois pega uma história que não é tão conhecida e dá todo o desenvolvimento e construção possível para que todo mundo consiga se envolver com o que está sendo abordado.
Até comentei isso com meu namorado, enquanto assistíamos os episódios, eu falei que só via Jinx como uma louca engraçada e Vi como uma esquentadinha que bate nos outros, não fazia ideia do background e o que as levou até ali. Então enquanto via o comecinho da série fiquei com lágrimas nos olhos ao ver pelo que elas passaram, e é nítido o quanto elas se amam, então o coração aperta e a ansiedade aumenta conforme vamos assistindo.
Apesar do foco dado a Jinx e Vi, Arcane não é só sobre isso. Há diversas outras histórias e núcleos sendo explorados e todos são interessantes de acompanhar. O Ekko, por exemplo, é uma das surpresas no primeiro episódio. Ele é extremamente carismático e fofo, dá muita vontade de apertar e já fica aquela ansiedade para ver mais dele na série.
No segundo episódio há a chegada de Caitlyn, que é uma estudante aplicada e em breve se tornará do departamento de polícia. É bastante interessante assistir o comecinho de sua carreira, bem como a relação dela com os pais, que será bem importante para o futuro.
E há também o núcleo dos cientistas de Piltover onde há mais personagens bem conhecidos do público dos jogos: Jayce, Viktor e Heimerdinger. Estes personagens fazem a série ir para um caminho mais diferente, dado o foco na magia e ciência, porém é tão bom quanto a história mais "pé no chão" de Jinx e Vi. Sem falar que, assim como Jinx, Viktor é um personagem que sempre vi apenas como um "robô do mal" e aqui podemos ter um vislumbre de quem ele era antes de tudo e entender o que o leva a chegar onde chegou. Gosto quando pegam "vilões" como esses e dois e nos fazem entender suas ações e atitudes e também nos apegar a eles.
Por falar em vilões, o vilão original criado para série, Silco, a princípio foi um personagem que não me cativou o suficiente, porém no terceiro episódio, onde conhecemos seu passado e a relação dele com Vander passei a achar o personagem bem mais interessante. Os roteiristas fizeram um trabalho ótimo na construção desses personagens originais, o que leva quem assiste a entender os dois lados. Na realidade, não só os originais, mas todos os personagens de Arcane são bem humanos, com erros e acertos, então dá para se afeiçoar e torcer por todos.
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Um outro ponto positivo é a abordagem de Piltover e Zaun. Quem é chegado na lore do jogo sabe que existe uma rivalidade e uma diferença gritante entre os dois lugares. Essa diferença é perceptível e abordada de forma magistral na série, com a fotografia, as vestimentas e as interações entre os personagens. Existe uma tensão presente no ar o tempo todo e aquele clima de luta de classes e diferenças sociais.
Falando na parte técnica, preciso dizer que gostei bastante da direção de arte, fotografia e dos traços dos personagens. Em alguns momentos ficava aquela impressão de que estava acompanhando uma pintura ganhando vida e cheguei até pausar em determinadas cenas para contemplar os visuais deslumbrantes da série. A trilha sonora também está ótima, principalmente a música Enemy, de Imagine Dragons, que dá vida a excelente abertura de Arcane.
Dá para assistir a série sem conhecer os jogos?
Você que já está aí desesperado perguntando:
"Mas Tony, eu não sei nada sobre League of Legends, nem sabia da existência do jogo, como vou entender a série?"
Só digo uma coisa: vá sem medo! Você não precisa ter jogado ou saber de algo sobre o LoL para entender Arcane.
Como a série foca em contar o início da história dos personagens até chegar ao ponto em que os conhecemos no jogo, não há nenhum problema em ver a série antes de vê-los no jogo.
E outra coisa: tenho certeza que quem não conhece o jogo vai ficar com muita vontade de jogar após assistir à série! Então recomendo ver a série primeiro e depois partir para o joguinho.
Considerações Finais
Então pegue uma boa ambientação, junte a uma porção de personagens bem construídos e um bom drama familiar. Seria essa a receita para uma série perfeita? Ainda é cedo para afirmar, mas a impressão que fica com esse primeiro ato é que estamos acompanhando o comecinho de algo grandioso e estou muito ansioso para o que vem por aí.
Enquanto me recupero das emoções do terceiro episódio, que foi simplesmente frenético e emocionante, vai deixando aí seu comentário sobre o primeiro ato de Arcane. Continuarei a série de Reviews conforme novos episódios forem sendo lançados, então conto com a presença de vocês para comentar a série comigo e fofocar, porque não existe nada melhor do que ter alguém para comentar aquela série que você tá assistindo, né?
E se você quer saber de todas as referências e Easter Eggs que aconteceram no primeiro ato, é só clicar aqui e ser redirecionado para outro artigo na Cards Realm sobre o assunto!
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